"No tempo dos meus avós" | Joana Gonçalves

Neste recurso apresentamos-te um poema ilustrado, alusivo à Revolução de Abril, da autoria da escritora Joana Gonçalves. As imagens que ilustram este poema foram captadas no Museu da Guarda Nacional Republicana, um museu onde muito se pode aprender sobre o 25 de Abril de 1974.

Palavras-chave

Avós; 25 de Abril; Liberdade; Escola.

Área

Línguas e Comunicação

Ano de escolaridade

Nível/Disciplina

Atividades

Número de etapas

ETAPA 1 - "No tempo dos meus avós"

Vê o vídeo e ouve com atenção a declamação do poema de Joana Gonçalves.
ETAPA 2 - O poema

No tempo dos meus avós

No tempo dos meus avós

No tempo dos meus avós

Não havia televisão

E para se entreterem

Ouviam as histórias do tio João.

A casa da minha avó

Era fria a valer

Mas ela nunca se queixou

Da pouca roupa para se aquecer.

O meu avô em criança

Não tinha sapatos

Andava de pés descalços

Ele e os outros gaiatos.

Quando queria água

A minha avó ia à fonte

Já eu, vou à torneira

Ou a um café no meu horizonte.

As mãos do meu avô

Estão ásperas e desfeitas

Refletem o trabalho duro

A que foram sujeitas.

Sem fogão nem micro-ondas

A minha avó Maria

Comeu muitas vezes

A sopa fria.

Sem luz elétrica

Na casa onde viviam

Jantavam à luz da vela

Mal viam o que comiam.

No tanque comunitário

A minha avó lavava a roupa

Que era tão usada

Que era tão pouca.

Os meus avós não foram à escola

Nem aprenderam a ler

Foram trabalhar no campo

Para terem o que comer.

Joana Gonçalves